sábado, 19 de dezembro de 2009

Estudante cria site de direito para público GLS

Via lista de discussão Lista GLS, Robson Miranda compartilhou conosco essa notícia, publicada no jornal de bairro Jornal Novidade (n.6-2009/pg.04), que circula no bairro do Méier, no Rio de Janeiro:


"Vitor Matosso, 27 anos, carioca, criou um serviço voltado para levar ao público GLS (LGBT) o conhecimento dos seus direitos. Trata-se do GLS Legal, um site totalmente inovador no ramo jurídico. ' Não queremos ser plásticos, como os outros sistema', explica, apaontando o principal diferencial no GLS Legal. 'Aqui, procuramos oferecer não apenas o melhor serviço, mas, também, o melhor atendimento aos nossos clientes. O nosso objetivo principal é fazer com que o cliente fique com um sorriso de tranquilidade, alegria e satisfação', complementa.

A ideia surgiu com um advento de uma nova lei, que trouxe uma proteção maior às vítimas de violência sexual, principalmente quando do sexo masculino. Além disso, o Rio de Janeiro ter sido eleito o melhor destino gay do mundo e a própria parada LGBT de 2009 alavancaram o projeto com muito mais dinamismo.

O GLS Legal (www.glslegal.com.br) disponibiliza informações tanto para clientes e futuros clientes como para profissionais que têm interesse em se aprimorar neste segmento de mercado, muito promissor, segundo Matosso: ' omercado jurídico no Brasil está apenas começando a engatinhar quando o assunto é Direito Homoafetivo'.

Todavia, Matosso faz uma advertência para os profissionais interessados: ' É necessário oferecer um serviço diferenciado. No GLS Legal, por exemplo, nos baseamos nos princípios da discrição, do sigilo, do comppromisso, do respeito e da confiança no atendimento. esses não são diferenciais para este seguimento, e sim, requistos básicos, mínimos. Sem isso, você não será considerado um profissional e, sim, um aventureiro', conclui."

Governo de SP cria escola para jovens gays

Coordenados pelo GRUPO E-JOVEM, cursos valorizarão a Cultura LGBT

Foi assinado nessa quarta-feira, 16, convênio entre o Governo do Estado de São Paulo e o Grupo E-jovem de Adolescentes Gays, Lésbicas e Aliados para a criação da Escola Jovem LGBT, a primeira do gênero no país. O objetivo da escola é valorizar e difundir a Cultura LGBT, em cursos que serão abertos a jovens hetero, homo e bissexuais já a partir de 2010.

“A escola é um Ponto de Cultura. O fato de os cursos serem abertos a todos e não só a jovens gays é parte da nossa estratégia de combate à homofobia,” explica Deco Ribeiro, apontado diretor da Escola Jovem LGBT. “Preconceito é ignorância. Para vencer isso, precisamos levar nossa arte, nossa expressão e nosso discurso a quem não nos conhece. Se a valorização da cultura negra é estratégia do movimento negro, assim como de vários povos e regiões, por que não valorizar a cultura LGBT?”

Na sede da escola, em Campinas, meninos e meninas da própria cidade e das regiões de Sorocaba, Grande São Paulo e da Baixada Santista terão aulas de criação de zines, criação de revistas, criação literária, dança, música, TV, cinema, teatro e performance drag, sempre com foco no jeito de ser e agir das lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros. O material produzido ao longo dos cursos, como CDs e DVDs, livros e revistas, peças de teatro e espetáculos de drag queens, circularão pelo estado e serão assistidos e distribuídos gratuitamente. Os jovens poderão concorrer ainda a bolsas de estudo.

“Pra quem está se descobrindo agora, é importante conhecer suas raízes,” afirma Chesller Moreira, presidente do Grupo E-jovem. “E mais importante ainda saber que é possível ser feliz sendo exatamente quem você é. O jovem ouve tanto por aí que ser gay é errado que ele fica sem referências positivas. Aqui ele vai poder descobrir que ser gay é legal, que ser travesti é legal, e que ele tem muito a oferecer à sociedade.”

Todo o projeto é financiado por um convênio firmado entre o Governo do Estado de São Paulo e o Ministério da Cultura, que tem por objetivo apoiar entidades que desenvolvem relevante papel na comunidade nas áreas de fomento, difusão, produção e formação cultural. O GRUPO E-JOVEM foi selecionado por meio de concurso público e foi a única entidade LGBT contemplada em SP.

As matrículas e inscrições para bolsas de estudo já estão abertas e as aulas devem começar em março de 2010. Os interessados devem escrever para escola@e-jovem.com ou ligar para os telefones (19) 3307-3764 / 9341-3764.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Campanha “NO H8” pelo casamento homoafetivo

Essa quem trouxe foi nosso Daniel Arruda, via lista de discussão do Gudds! - check it out:



"Acima está o vídeo de uma Campanha que está acontecendo nos Estados Unidos chamada “NO H8”, contra a decisão do Supremo Tribunal Americano que confirmou uma proibição do casamento gay na Califórnia, a tal "Proposta 8". O nome faz referência a tal proposta e falado rapidamente significa "sem ódio" (no hate).

No vídeo, muito bem feito por sinal, com uma mensagem simples e direta, participam Perez Hilton e Tila Tequila. As últimas celebridades que aderiram à Campanha, que tem como símbolo o escrito NO H8 no rosto e fita adesiva na boca, é o casal pop Ashlee Simpson e Pete Wentz.

site oficial da campanha...
http://www.noh8campaign.com/"

sábado, 5 de dezembro de 2009

Campanha irlandesa pelo casamento homoafetivo

É da Irlanda, terra acostumada com conflitos e berço do U2, que chega uma campanha super inteligente em defesa do casamento entre pessoas do mesmo sexo. O vídeo, que tem 1:45 e se chama "Sinead's Hand", consegue passar, em poucas palavras e imagens simples, o absurdo que é ter que pedir permissão a uma população inteira para se casar.
Confira aí essa dica do Thiago Coacci, via lista de discussão do Gudds!:



P.S.: Para quem não entende inglês, o homem pergunta a cada pessoa que encontra se pode "pedir a mão de Sinead em casamento", ao que todos respondem que "sim, claro, não há problema". Ao final, a mensagem no vídeo diz: "Como você se sentiria se tivesse que pedir a 4 milhões de pessoas permissão para se casar?" e logo depois, "Lésbicas e Gays têm acesso negado ao casamento civil na Irlanda".

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Curso sensibiliza profissionais da saúde para o atendimento à população LGBT em todo o Brasil

Muito legal! Via Coordenação Geral de Promoção dos Direitos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais - LGBT, da Secretaria Especial dos Direitos Humanos - SEDH:

Em parceira com a Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República (SEDH/PR), a Secretaria de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde, promove o dia 11 de dezembro, o curso de Vigilância de Violências e Acidentes, VIVA, voltado para aos profissionais de saúde de todo o País. As capacitações serão realizadas no Ministério da Saúde, em Brasília. O evento não é aberto ao público.

A Coordenação-Geral de Promoção dos Direitos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais da SEDH, por meio do assessor Francisco George de Lima Beserra , atua para sensibilizar os participantes no que diz respeito aos direitos de LGBT, buscando difundir uma cultura de paz e de respeito.

Criado em 2006, o curso que atende profissionais de todas as regiões do Brasil, tem sido adotado para a coleta de informações sobre acidentes e violências doméstica e sexual, atendidos nos postos da rede. Além de discutir, as diferenças e nuances no atendimento da população LGBT.

Para George, é importante conscientizar os gestores e profissionais de saúde que atendem diariamente pessoas em situação de violência. “As sensibilizações visam apresentar os direitos humanos da população LGBT e também orientar os profissionais para o atendimento”, afirma.

Nesta edição a temática, está direcionada para os Componentes de Vigilância Contínua (Viva Sinan) e a Estruturação da Rede de Atendimento e Proteção às Pessoas em Situação e de Violência.

“As sensibilizações extremamente importantes já que estão direcionadas a gestores e profissionais de saúde que atendem diariamente um grande número de pessoas em situação de violência”, afirma George. Segundo ele, as sensibilizações têm por objetivo apresentar os direitos humanos da população LGBT e também passar informações úteis para que os profissionais as utilizem durante os atendimentos.

Um grande abraço a tod@s.


Equipe

Coordenação Geral de Promoção dos Direitos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais - LGBT


Nosso Endereço:

Esplanada dos Ministérios Bloco T

Ed. Anexo II Ministério da Justiça – Sala T-05

CEP: 70064-900 Brasília/DF

Nossos Telefones e e-mail:

+ 55 (61) 2025-3081

+ 55 (61) 2025-3080

lgbt@sedh.gov.br

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Homofobia e Geisy Arruda

Dia desses, um dos colaboradores do Gudds!, o Leandro Hespanhol, mandou para a lista de discussões um texto de mau (péssimo) gosto, chamado "Pela dona da universidade" publicado em um jornal do Norte de Minas. O dito texto comentava, de forma machista e debochada, o acontecido à Geisy Arruda na Uniban e, ainda por cima, dizia que se ela sofreu o que sofreu, é porque ali só tem "boiola desbundado, porque só bichinha desprovida de traseiro, instrução e bom senso teria comportamento tão histérico diante de tamanha abundância." Pode uma coisa dessas? Ah, "seu" José Wilson Santos...!
Então, a nossa outra colaboradora, a Jane Badaró, resolveu colocar os pingos nos i's e não deixou barato: escreveu um super texto e remeteu, via e-mail, para o autor - veja a reprodução abaixo:

Olá,
Li seu texto no "O norte de minas" e fiquei pensando em algumas coisas. O senhor acusa de homossexuais as pessoas que chamaram a Geise Arruda de puta. Eu sou membro do GUDDS! (Grupo Universitário em Defesa da Diversidade Sexual) e na semana passada realizamos na Praça da Liberdade em Belo Horizonte uma manifestação em protesto ao ocorrido. Mulheres e homens vestiram saias e propomos um debate com as pessoas que estavam na praça. Participaram gays, lésbicas e heterossexuais. Gostaria de destacar que muitos homossexuais também estão indignados com o que aconteceu com a Geise Arruda, a violência sofrida, difamação e ódio, é sofrida por muitos homossexuais e bissexuais todos os dias em nosso país. Achei muito injusto da sua parte não reconhecer que quem xingou a Geise e a fez sentir tanto medo, foram homens e mulheres, independente da orientação sexual de cada um em particular.
O senhor pergunta em um trecho "até no sacrossanto espaço universitário, que deveria comportar todas as tendências (principalmente uma ‘tendençona’ daquela), pode pintar tamanha baixaria?", gostaria de responder-lhe que no laico espaço da universidade uma forte tendência é o surgimento de grupos LGBT formados por jovens estudantes, assim como o grupo do qual faço parte.
Em outro trecho o senhor afirma "quem deveria ter sido expulsa da universidade, na chincha, era aquela turma de frosôs. Depois, mandados com passagem só de ida pra tonga da mironga do cabuletê, pra fazerem curso de reciclagem em mulher.", parece que o senhor acredita que os homossexuais devem se tornar heterossexuais, mas eu pergunto, que intolerância é essa? Dizer a um homem que ele deve fazer sexo apenas com mulheres para mim é muito semelhante a dizer a uma mulher que ela deve usar roupas compridas para ir à faculdade. Falta o respeito a ambos, tanto o dele de se relacionar com outro homem, quanto o dela de usar a roupa que desejar.
Gostaria ainda de perguntar ao senhor se alguma vez pensou no caso da Geise ser lésbica, ela poderia estar usando aquele vestido não para homens e sim para que as mulheres a desejassem. Assim aquele "corpão de tirar o fôlego", " mulherão", aquela "abundância", como você se refere à ela, poderia não ter o mínimo interesse em passar no seu cafofo.
Independente da orientação sexual da Geise Arruda, a forma como você se refere a ela não é nada respeitosa, a trata como se ela fosse um objeto feito para o deleite de homens heretossexuais, ela é muito mais que uma mulher bonita, ela tem sentimentos e ficou com medo de ser estuprada por aquele bando enfurecido. Achei que faltou sensibilidade de sua parte.

E eis que o autor resolveu se manifestar também, respondendo à Jane... moço, valeu a atenção com o leitor, mas ó, não convenceu não, viu? Veja aí:

Oi, Jane. Sinceramente não censurei pessoas, apenas disse que execrar mulher bonita e boa é coisa de veado, que não gosta da fruta. Penso que quem não gosta da fruta não deve se sentir ofendido por conta disso. Não generalizei, não expandi aquele gesto idiota a todos os GLSs. Fico feliz pela atitude de vocês aí em Belô, porque é preciso coragem para opiniar e se manifestar publicamente sobre isso ou aquilo. As pessoas costumam ser extremamente intransigentes quando a oração não é rezada conforme sua cartilha. Abraço.

Moral da história? NÃO PODEMOS NOS CALAR JAMAIS! Parabéns pela iniciativa, Jane!

E por falar em mulheres...

... cá está um convite a todas e todos para os dias 11 e 12 de dezembro! Olha só (clique para ver maior):



O evento conta com a participação especialíssima de Sarah Vaz (a moça das sombrinhas lindas), com a oficina "Construção de Identidade Lésbica: Literatura, Moda, Artes e Cotidiano", que acontecerá no dia 12/12, às 9h.
Olha só a chamada:

IV MULHERES QUE PINTAM E BORDAM

A Associação Lésbica de Minas, fundada em 1997, tem por missão lutar contra toda forma de preconceito e discriminação à mulher e promover o empoderamento e a visibilidade lésbica.

Realizaremos no dia 11 e 12 de dezembro na Livraria Sobá, o IV Mulheres que Pintam e Bordam com o intuito de proporcionar um espaço de troca cultural e de formação para as mulheres, valorizando as expressões artístico-culturais de mulheres homoafetivas e aproximando-as das produções audio-visuais, literárias, artesanais, entre outras, de forma crítica em sintonia com o exercício da cidadania e o direito a diversidade cultural.

ONDE: Livraria Sobá: Rua Rio de Janeiro, 1278 – Centro/BH – MG

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Pelo Fim da Violência Contra as Mulheres!


Esta chegou via lista de e-mails do Gudds! e vale a pena dar uma conferida. E corre, porque o ato já é HOJE!

"Olá amig@s,
Amanhã, dia 25 de novembro, a partir de 15h, os movimentos de mulheres farão um ato com concentração na Pça Sete pelo Fim da Violência Contra as Mulheres.
O ato pretende ampliar o debate sobre as raízes que sustentam a violência contra a mulher, sensibilizar a sociedade e criar mecanismos de pressão para a garantia da liberdade das mulheres sobre seu corpo e sua vida, e pelos direitos já garantidos, mas ainda não todos efetivados.
Quem passar pela Praça Sete vai se deparar com mini-saias cor-de-rosa para relembrar e politizar o caso da aluna do Uniban, com cartazes-denúncia dos números de violência, com painéis para que os/as transeuntes expressem seus sentimentos e vivências em relação a violência.
Estão tod@s convidad@s a integrar este momento de luta que revela um compromisso ético e político em favor do direito e da vida das mulheres.
um abraço
Manuela"


Não deixe de ir, mande fotos para a gente depois! Ah, aproveite e saiba mais sobre a Lei Maria da Penha.

VI caminhada BH de Mãos dadas contra a AIDS

Tem nem muito o que dizer desse evento que já é tradicional em BH, né?
Fica sendo só o convite mesmo - e aí, vamos?
Será no dia 29/11, a partir das 8h da manhã, saindo da Praça Iemanjá, na orla da Lagoa da Pampulha, próximo à Avenida Antônio Carlos e à Avenida Santa Rosa.

Olha só o cartaz:


domingo, 22 de novembro de 2009

Saiu de saia? Então veja as fotos!

Em um post anterior nós chamamos o pessoal ao protesto e, agora, mostramos para vocês as fotos. Ok que não tivemos a presença maciça e indignada das centenas de pessoas que esperávamos, mas e daí? Quem não gostou muito foi a imprensa, mas juntamos quem esteve lá numa boa roda de conversa e discutimos essa aberração que rolou com a Geisy.

Confira os registros aí embaixo:

Jane e Coacci: força na mini saia, pessoal! \o/

Jane, Daniel, João e Coacci, ainda na UFMG, terminando os preparativos.

Tem pessoas que ficam ótemas de saia, viu! =P

Daniel, Léo e Jane.

Elegância sempre!

Sem mini saia? Seus problemas se acabaram com a "Instant Papel Craft Mini Saia"!

Sarah e mais uma de suas sombrinhas lindas.

Fotos e mais fotos: não é todo dia que se escreve numa coxa de mulher em plena Praça da Liberdade...

É issaê! =)


O coreto da praça nos pertence!

A roda começou com dia claro ainda...


Até noite fechada.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Caso Igor Xavier: 8 anos de impunidade e manifesto por Justiça

(clique para ver maior - espalhe este cartaz!)

No dia 17 de novembro, próxima terça-feira, acontecerá no Espaço político-cultural Gustavo Capanema – Galeria de Arte da Assembleia Legislativa de Minas Gerais um espetáculo / denúncia em tributo ao bailarino Igor Xavier, assassinato brutalmente na cidade mineira de Montes Claros em 2002. Igor foi mais uma vítima na triste estatística dos crimes por homofobia. Os assassinos são réus confessos, mas até hoje estão impunes, tendo fugido para Belo Horizonte, onde residem sem serem incomodados pela Justiça(?).

Veja abaixo o manifesto por justiça convidando todos para o tributo. Confira a carta aberta de Marlene Xavier, mãe do artista, também fundadora da Associação Sociocultural Igor Vive, que promove oficinas e atividades culturais em Montes Claros.

Participe! Homofobia mata, diga NÃO a este crime!


TRIBUTO AO BAILARINO ASSASSINADO IGOR XAVIER
TEATRO DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA

17 de novembro, às 20h, Espaço Político-Cultural Gustavo Capanema – ALMG
Entrada gratuita

Caminhando para o oitavo ano do truculento e inesperado assassinato cometido contra o saudoso bailarino, ator e coreografo Igor Xavier, pelos até então “cidadãos de bem” Diego Rodrigues Athayde Vasconcelos e Ricardo Athayde Vasconcelos, que surpreendeu toda Montes Claros no dia 1º de março de 2002. Após o crime os assassinos confessos fugiram para o bairro Sion, em Belo Horizonte, onde até hoje residem.

Marlene e Mazinho Xavier, os pais do bailarino vivem um dilema, pois apesar de muita luta, juntamente com familiares, amigos da classe cultural e sociedade civil, até hoje o julgamento não se deu e os assassinos vivem em plena liberdade, sem em nenhum momento serem incomodados pela justiça e muito menos pela polícia.

No Tribunal de Justiça de Minas Gerais tramita de forma muito lenta o processo de número 1.0433.02.04478-1/001 no cartório da 1ª Câmara Criminal em Belo Horizonte.

Por não entender, nem concordar, com a lentidão desses procedimentos a família, juntamente com os amigos do bailarino Igor Leonardo Lacerda Xavier, criou há dois anos a Associação Sociocultural Igor Vive, para preservar a memória do bailarino e lutar por justiça.

E agendaram para o próximo dia 17 de novembro, as 20h, com entrada gratuita, no Teatro da Assembleia Legislativa, o espetáculo/denuncia TRIBUTO AO BAILARINO ASSASSINADO IGOR XAVIER, com participação dos artistas de Montes Claros e Belo Horizonte: Aroldo Pereira, Simone Xavier, Giovanne Sassá (Tambolele), Carluty Ferreira, Bob Marcilio, Jovino Machado, Danny Maia, Ronaldinho Pio, Rogerio Salgado & Virgilene Araujo, Carlos Faria, Marcio Levy, Gilberto de Abreu, Wagner Torres, Helena Soares, Carloman Bonfim, Jose Edward Lima, Clecius Rodrigues.

Os artistas, juntamente com os pais do Igor Xavier, perguntam: como vivem Ricardo e Diego, pai e filho, após terem cometido tão brutal assassinato? Será que esses cidadãos têm a consciência tranqüila? É verdade que o Diego Rodrigues Athayde Vasconcelos cursa Direito na PUC Minas em BH? O que os faz terem certeza de que nunca serão punidos? Por que a justiça não se pronuncia? É verdade que a banca de advogados os defende a peso de ouro e muita influencia política? Como a justiça permite tantos recursos com os quais eles, os assassinos, conseguem adiar seguidamente o julgamento?

Com esse evento em Belo Horizonte, onde o Igor Xavier também atuou na cena cultural na década de 1990, inclusive no elenco da peça de Roberto Drummond, “Hilda Furacão”, a Associação Sociocultural Igor Vive quer provocar a imprensa belorizontina a buscar algumas dessas respostas.


SERVIÇO: TRIBUTO AO BAILARINO ASSASSINADO IGOR XAVIER
Espetáculo/Denúncia

17 de novembro, às 20h

Espaço político-cultural Gustavo Capanema – Galeria de Arte
ALMG - Rua Rodrigues caldas, 30 – andar Térreo – Bairro Santo Agostino
Informações: (31) 2108-7826/21087827
(38) 3214-9271 – Marlene Xavier
(38) 9112-7011 – Aroldo Pereira

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Saia de saia na sexta!


Atenção, pessoal!

Nesta sexta-feira 13 (oh!) o Brasil inteiro vai gritar de uma forma bem criativa contra o ato de violência cometido contra a estudante da UNIBAN Geisy Arruda: todo mundo vai sair de mini-saia!

Aqui em Belo Horizonte, a galera vai se reunir às 18h de sexta-feira lá na Praça da Liberdade. Traje obrigatório: mini-saia - não importa a cor, o modelo, nem se você é homem ou mulher. Basta colocar a saia e se juntar àqueles que também acreditam que o que aconteceu à estudante não pode passar em branco.

Envie este post aos seus amigos, dê Ctrl + C nele, cole num e-mail e envie para toda a sua lista de contatos, twitte a valer para todo mundo, mande SMS com a data e a hora do protesto, convoque seus colegas de escola e de faculdade, espalhe para Deus-e-todo-mundo, e não se esqueça:

SAIA DE SAIA NA SEXTA!

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Caso UNIBAN - Moção de Repúdio

O Grupo Universitário em Defesa da Diversidade Sexual (GUDDS!) repudia a postura da Universidade Bandeirante (UNIBAN) em relação à expulsão da aluna Geisy Arruda.

No último dia 22 Geisy foi vítima de uma violência sem precedentes. Centenas de estudantes se reuniram para agredir e insultá-la por trajar roupas consideradas como excessivamente curtas. Ao som de palavras como "puta" e "vadia", a moça se retirou da universidade com o apoio da polícia, uma vez que a instituição não reagiu de forma a conter a manifestação de ódio.

Como se não bastasse a inação da UNIBAN no momento do ocorrido, após alguns dias, a universidade publicou em diversos jornais da capital paulista um informe publicitário intitulado "A educação se faz com atitude e não complacência" confirmando a expulsão de Geisy sob os seguintes argumentos "a aluna tem frequentado as dependências da unidade em trajes inadequados, indicando uma postura incompatível com o ambiente da universidade". Acreditam, também, que a aluna deu causa ao protesto dos alunos, protesto esse que nada mais era que "uma reação coletiva de defesa do ambiente escolar.

"Não podemos aceitar que uma manifestação de intolerância de tal porte possa ser algo normal, aceitável ou até mesmo "em defesa do ambiente escolar". Um dos princípios basilares de toda universidade é o respeito com o outro e com a diferença. A academia é um lugar para repensarmos nossas ações e hábitos, questionar a realidade que nos cerca e tentar modificá-la para algo melhor, não é com ódio e incompreensão que esses objetivos serão alcançados.

Não vem ao caso os trajes que Geisy vestia, como ser humano que é não merece o tratamento pelo qual passou, mesmo a nudez, que é considerada como algo mais ofensivo, não é razão o suficiente para justificar represália do porte do ocorrido. Principalmente em se tratando de um país que se vangloria pelos biquínis minúsculos e demonstrações públicas de nudez no carnaval. Não conseguimos perceber como a escolha de uma roupa mais curta pode ter chocado um número absurdo de pessoas no campus e em todo o território nacional, o que deveria chocar é o preconceito e a sansão imposta à menina.

Afirmar que ao utilizar trajes sumários, a moça deu causa ao protesto dos alunos é um retrocesso e em nada se diferencia da alegação de que uma vítima de estupro provoca, através do uso de roupas curtas, a violência. A sociedade misógina e patriarcal impõe as mulheres demasiadas restrições de comportamento e indumentária sob pena de ser considerada vulgar, em pleno século XXI isso não pode mais ser aceito. A execração pela qual Geisy passou é claramente uma violência de gênero, uma tentativa de manutenção dos pilares machistas e heteronormativos em nossa sociedade sob o argumento de defesa da moral e dos bons costumes. Algo muito similar ao discurso utilizado por seitas religiosas radicais.

Os argumentos da expulsão de Geisy são moralistas e insustentáveis. Mais incompreensível ainda é o fato da vítima ser punida com uma pena mais grave que seus agressores que apenas foram afastados da universidade por um curto período de tempo.

Esperamos que Universidade Bandeirante reveja seu posicionamento e que esse fato fique marcado na história para lembrar-nos que a luta das mulheres ainda não acabou, há muito que se fazer para conquistar uma sociedade mais igualitária, sem violência de gênero.

8 de Novembro de 2009
Grupo Universitário em Defesa da Diversidade Sexual - Gudds!

sábado, 7 de novembro de 2009

1º Encontro Carioca de Jovens LGBT

Pessoal, chegou essa convocação pro evento, que acontece nos dias 26 e 27 de novembro.
Então, é uma CON-VO-CA-ÇÃO, ou seja, não dá pra não ir, néam?
E aí, vambora? Todas as informações que você precisa estão aí embaixo:


Convocação para o 1º Encontro Carioca de Jovens LGBT

Os projetos Entre Garotos e Laços e Acasos convidam tod@s para o 1º Encontro Carioca de Jovens LGBT. O evento será realizado na Sede da Prefeitura do Rio de Janeiro - Rua Afonso Cavalcanti, 455 - Cidade Nova, nos dias 26 e 27 de novembro. As atividades se acontecem o dia todo. Haverá café da manhã e almoço. E tudo isso de graça. As inscrições estão abertas até o dia 20 de novembro na internet.

O encontro é feito por jovens para os jovens. O objetivo é construir um espaço para a nova cara da militância LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgênicos). Hoje se faz importante agregar outros jovens, discutir os rumos desse movimento, aumentar a comunicação entre esses novos grupos e debater como fazer essa importante parcela da sociedade assumir a tarefa de construir uma rede carioca de articulação.

Para a realização do evento, algumas parcerias foram estabelecidas e consolidadas no município do Rio de Janeiro. Fazem parte da organização do evento os projetos Entre Garotos e Laços e Acasos, desenvolvidos pelo Grupo Arco-Íris (GAI) e a Prefeitura do Rio de Janeiro, através da Secretaria Municipal de Saúde.

No 1º Encontro Carioca de Jovens LGBT realizaremos debates sobre o empoderamento da juventude, dinâmicas de trocas de debate, atividades culturais, oficinas de arte e grupos de trabalho sobre os diversos temas que transpassam nossas demandas. Contamos com a participação de todos os jovens interessados em contribuir com esse processo. Faça parte você também da construção de uma rede de jovens LGBT na sua cidade.

As inscrições são limitadas, gratuitas e devem ser feitas através da FICHA DE INSCRIÇÃO ONLINE até o dia 20 de novembro ou até a lotação. As confirmações serão enviadas por e-mail até o dia 22 de novembro. É necessário habilitar a caixa de e-mail para receber e-mail de entregarotos@arco-iris.org.br e lacoseacasos@arco-iris.org.br.

Serviço:

1º Encontro Carioca de Jovens LGBT

Data: 26 e 27 de novembro (quinta e sexta-feira) das 8h30 às 17h

Local: Sede da Prefeitura do Rio de Janeiro - Rua Afonso Cavalcanti, 455 - Cidade Nova

Inscrição: FICHA ONLINE

Informações: entregarotos@arco-iris.org.br, lacoseacasos@arco-iris.org.br e pelo telefone (21) 2222-7286.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Homofobia na Marcha Nico Lopes - a UFV responde

Tá vendo?
Não podemos ficar calados - o reitor da UFV já se manifestou a respeito do ato homofóbico ocorrido na Marcha Nico Lopes. Veja só:


Prezados Estudantes,

Estou tomando conhecimento,neste momento, do lamentável e inaiceitável ato de homofobia ocorrido durante a Marcha Nico Lopes. Gostaria portanto de esclarecer que se soubesse do incidente antes da minha fala no ato realizado na avenida Santa Rita teria deixado claro meu repudio ao mesmo, o que faço agora. A Homofobia, além de ser um crime é em todos os sentidos um ato que não podemos admitir na sociedade, e muito menos na Universidade Federal de Viçosa.

No que se refere ao caráter da Marcha Nico Lopes, tenho o entendimento que é um espaço de luta política, o que tenho manfestado por reiteradas vezes. No entanto, o respeito que tenho pelo movimento estudantil, demanda, da mesma forma que faço com o movimento dos servidores e professores, respeito pelo que é organizado pelo órgãos representativos dos segmentos. Cabendo a reitoria o apoio estrutural possível, que este ano, por ser a comemoração dos 80 anos da Marcha, entendemos que a programação cultural, com a presença de Alceu Valença, faria justiça a essa manifestação estudantil tão importante para Viçosa e para o País.

Ao finalizar reitero, mais um vez, o meu repudio ao ato de Homofobia aqui relatado.

Luiz Cláudio Costa
Reitor da UFV


Stay tunned, pessoal!

Homofobia na Marcha Nico Lopes

Tem gente que não pode ver algo dando certo que tem que atrapalhar, né?

Veja só o que alguns estudantes homofóbicos fizeram na Marcha Nico Lopes... Sorte que o Primavera nos Dentes estava lá para gritar - veja abaixo a carta redigida por eles.

E aí, vamos ficar calados? Claro que não! Repasse, discuta!



HOMOFOBIA EM MARCHA ESTUDANTIL DA UFV


No último sábado, dia 31 de outubro, uma bandeira do Orgulho Gay foi queimada por, segundo testemunhas, três estudantes universitários durante o evento Marcha Nico Lopes 2009, organizado pelo Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal de Viçosa. O DCE-UFV, responsável pela marcha, que deveria possuir caráter essencialmente político, foi informado por três vezes sobre o ocorrido e nada fez.


A bandeira foi levada à Marcha Nico Lopes por integrantes do bloco “Viçosa grita contra a homofobia: pode ser seu pai, sua mãe ou sua tia”, organizado pelo grupo de diversidade sexual Primavera Nos Dentes. Em determinando momento, a bandeira foi exposta no trio elétrico contratado pelo DCE-UFV, com a anuência deste. Alguns minutos adiante, a bandeira se soltou de onde estava presa e, segundo relatos de outros estudantes que estavam por perto, três universitários atearam fogo na bandeira, enquanto faziam comentários homofóbicos como “aqui não é lugar para isso” e “aqui não é Juiz de Fora”, cidade referência na Zona da Mata de Minas Gerais pela visibilidade dos espaços destinados à população LGBT. O ato, de flagrante homofobia e tolhimento da participação da camada LGBT no evento político Marcha Nico Lopes, foi filmado por pessoas presentes no momento. O grupo de diversidade sexual Primavera Nos Dentes foi informado do acontecido pouco depois e imediatamente se dirigiu ao DCE-UFV, que nada fez a respeito. O DCE-UFV foi procurado por mais duas vezes, na figura de duas pessoas diferentes, e permaneceu em silêncio. O que sobrou da bandeira queimada foi resgatado pelo grupo Primavera Nos Dentes, mas, na promessa de explicitar o acontecido, foi entregue ao DCE-UFV, que permanece com ela até então.


A Marcha Nico Lopes, que chegou este ano à sua 80ª edição, até o ano passado vinha resgatando seu caráter original político-combativo, que a tornou referência no movimento estudantil mineiro e deu visibilidade ao bloco contra a homofobia em 2008. Contudo, este ano a gestão “Com a cara do estudante” do DCE-UFV optou por um formato que acarretou em um esvaziamento do debate político, ao valorizar mais a cerveja liberada e o axé do trio elétrico do que as pautas políticas presentes nos blocos. Ao final da Marcha Nico Lopes 2009, o evento, mesmo com a perda de seu caráter político, foi referendado pelas falas do Reitor da UFV, do presidente da União Nacional dos Estudantes, dentre outras autoridades. E mais uma vez não se tocou no assunto da bandeira queimada.


O grupo de diversidade sexual Primavera Nos Dentes acredita que o fato explicita a importância de uma organização LGBT dentro da UFV e pede o apoio de tod@s em mais este triste episódio no combate à homofobia universitária.


Dessa forma, viemos a público manifestar nossa indignação diante da homofobia ocorrida dentro da Marcha Nico Lopes da UFV, bem como pedir apoio na publicização dos fatos e no envio de manifestações de repúdio aos organizadores do evento e autoridades da Universidade Federal de Viçosa.



Indignad@s,



Primavera Nos Dentes

Grupo de diversidade sexual da UFV

"A Diversidade Sexual Narrada pela Fé: O mundo é mais que azul e rosa!"

Como diria um professor lá da pós-graduação, "vale um confere, moçada"!

Exibição do filme "Assim me diz a Bíblia" e bate-papo aberto sobre
"Homofobia e Cristianismo" com o Padre Jesuíta Luiz Correa Lima SJ.

14 de Novembro -16 horas
FAJE (Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia)
Dr. Cristiano Guimarães, 2127, Planalto.
Belo Horizonte
MAPA

(clique para ver o cartaz maior)
Vamos combinar uma coisa? Quem for, manda pra gente como foi o evento! =D

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

"Os novos negros"

O colunista Leandro Fortes, da revista Carta Capital, publicou um texto no qual vale a pena dar uma lida e pensar a respeito. Reproduzimos ele abaixo (agradecimentos também a Mariana Septímio e Leonardo Tolentino, por dividirem esse texto por e-mail com os colegas dos grupos de discussão Gudds! e ENUDS):

"Não faz muito tempo, o mundo – e o Brasil, em particular –, se escandalizou com as manifestações racistas contra jogadores de futebol que foram hostilizados por torcedores nos estádios europeus apenas porque eram negros. Na Itália e na Espanha, diversos jogadores negros, inclusive brasileiros, foram chamados de “macacos”, “gorilas” e “pretos de merda” por torcidas organizadas dos maiores times daqueles países. As reações foram, felizmente, imediatas. Intelectuais, jornalistas, políticos e autoridades esportivas de todo o planeta botaram a boca no trombone e reduziram, como era de se esperar, gente assim ao nível de delinqüentes comuns. Ainda há, eventualmente, exaltações racistas nos gramados, mas há um consenso razoavelmente arraigado sobre esse tipo de atitude, tornada, universalmente, inaceitável. Você não irá ver, por exemplo, no Maracanã, torcidas inteiras – homens, mulheres e crianças – gritando “crioulo safado” para o artilheiro Adriano, do Flamengo, por conta de alguma mancada do Imperador. Com a PM circulando, nem racistas emperdenidos se arriscam a tanto.

Mas, ai de Adriano, se ele fosse gay.

No sábado passado, espremido no Maracanã ao lado de meu filho mais velho e outras 57 mil pessoas, fui ver um jogaço, Flamengo 2 x 1 São Paulo, de virada, um espetáculo de futebol. Quando o time do São Paulo entrou em campo, as torcidas organizadas do Flamengo, além de milhares de outros torcedores avulsos, entoaram, a todo pulmão: “Veados, veados, veados!”. Daí, o painel eletrônico passou a anunciar, com a ajuda do sistema de autofalantes, a escalação são-paulina, recebida com as tradicionais vaias da torcida da casa, até aí, nada demais. Mas o Maraca veio abaixo quando o nome do volante Richarlyson foi anunciado: “Bicha, bicha, bicha!”. E, em seguida: “Bicharlyson, Bicharlyson!”. Ao longo da partida, bastava que o são-paulino tocasse na bola para receber uma saraivada de insultos semelhantes. No ápice da histeria homofóbica, a Raça Rubro Negra, maior e mais importante torcida do Rio, e uma das maiores do Brasil, convocou o estádio a entoar uma quadrinha supostamente engraçada. Era assim:

“O time do São Paulo/só tem veado/o Dagoberto/come o Richarlyson”.

Richarlyson virou alvo da homofobia esportiva brasileira, com indisfarçável conivência de cronistas esportivos, jornalistas e colegas de vestiário, a partir de 2005, quando fez uma espécie de “dança da bundinha” ao comemorar um gol do São Paulo, time que por ser oriundo do elitista bairro do Morumbi acabou estigmatizado como reduto homossexual, ou time dos “bambis”, como resumem as torcidas adversárias. A imprensa chegou a anunciar o dia em que Richarlyson iria assumir sua homossexualidade, provavelmente numa entrada ao vivo, no programa Fantástico, da TV Globo – o que, diga-se de passagem, nunca aconteceu. Desde então, no entanto, o volante nunca mais teve paz. No Maracanã lotado, qualquer lance que o envolvesse era, imediatamente, louvado por um coro uníssono e ensurdecedor de “veado, veado, veado!”. Homens, mulheres e crianças. O atacante Dagoberto entrou de gaiato nessa história apenas porque, com Richarlyson, forma uma eficiente dupla de ataque no São Paulo.

Agora, imaginem se, no Morumbi, a torcida do São Paulo saudasse o atacante Adriano, do Flamengo, aos berros de “macaco, macaco, macaco!”, apenas para ficarmos nas analogias retiradas do mundo animal. Ou, simplesmente, entoasse uma quadrinha do tipo criada para a dupla Dagoberto/Richarlyson, dizendo que no Flamengo só tem crioulo, que Adriano enraba, sei lá, o Petkovic. O mundo iria cair, e com razão, porque chegamos a um estágio civilizatório onde o racismo tornou-se motivo de repulsa, mesmo em suas nuances tão brasileiras, escondidas em piadas de salão e ódios de cor mal disfarçados no elevador social. Usa-se, no caso dos gays, o mesmo mecanismo perverso que perdurou na sociedade brasileira escravagista e pós-escravagista com o qual foi possível transformar em insulto uma condição humana que deveria, no fim das contas, ser tão somente aceita e respeitada. Assim, torcedores brasileiros chamam de veados os são-paulinos em campo como, não faz muito tempo, nos chamavam, os argentinos, de “macaquitos”, em pleno Monumental de Nuñes, em Buenos Aires, para revolta da nação.

Quando – e se – a lei que criminaliza a homofobia no Brasil, a exemplo do racismo, for aprovada no Congresso Nacional, será preciso educar gerações inteiras de brasileiros a respeitar a sexualidade alheia. Espero, a tempo de recebermos os atletas que virão às Olimpíadas de 2016, no Rio, provavelmente, no mesmo Maracanã que hoje se compraz em xingar Richarlyson de veado. Por enquanto, a discussão sobre a lei está parada, no Brasil, porque o lobby das bancadas religiosas teme abrir mão de um filão explorado por fanáticos imbuídos da missão de “curar” homossexuais, ou de outros, para quem os gays são uma aberração bíblica passível, portanto, da ira de deus.

Nos jornais de domingo, nem uma mísera linha sobre o assunto. Das duas uma: ou é fato banal e corriqueiro, logo, tornado invisível aos olhos das dezenas de repórteres enfiados na tribuna da imprensa do Maracanã; ou é conivência mesmo."


Originalmente publicado em Carta Capital, em 14/10/2009.


quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Convite: Nico Lopes - Viçosa, 31/10

Diretamente de Viçosa, chega um convite do nosso amigo Raul Gondim, do grupo Primavera nos Dentes:

"Segue em anexo o cartaz digitalizado da Nico Lopes.
Retomando: vamos montar um bloco LGBT contra a homofobia na marcha e gostaríamos MUITO da participação de vocês. Estamos pretendendo ir às ruas com as cores do arco-íris como nunca foi feito em Viçosa. Os participantes do bloco devem usar camiseta lisa (sem estampa) com uma das cores do arco-íris. Tragam bandeiras, faixas, etc. Não se preocupem com hospedagem, lógico. Quanto mais pessoas virem, melhor.
Será dia 31 de outubro (sábado), com concentração a partir do meio-dia.
A marcha (com trio elétrico) seguirá pela reta da UFV, passará pela PH Rolfs e vai até a estaçãozinha do balaústre.´
Depois da marcha, show do Alceu Valença no estacionamento do PVB. Tudo de graça."


Então, vamos lá prestigiar? Aí o cartaz da festa - clique para ver maior!

sábado, 17 de outubro de 2009

Sistematização final dos GDTs - ENUDS 7

Ai, gente, eu sei que demorou pra gente postar, mas está aí! A sistematização final dos GDTs do ENUDS 7, para quem quiser conferir o resumo de tudo que foi debatido e sugerido nos encontros sobre cada tema. Tem até proposta para este humilde blog continuar aqui, firme e forte na web! \o/

Então, vamos lá? 'Tá cheio de coisas interessantes para ler!

Mídia

Compreendendo a relevância das mídias em nossa sociedade e o quanto pode corroborar com padrões, normas e comportamentos, consideramos problemático o modo como a imagem do homossexual tem sido utilizada em diversas campanhas publicitárias, voltada para a padronização de uma lógica de consumo, bem como a inserção dos LGBT’s unicamente como consumidores. Desse modo, mantêm-se a padronização de uma lógica heteronormativa de comportamento, limitando ao caricato todas as outras formas de manifestação da sexualidade.

Trabalho e Terra

Compreendemos que as discussões acerca da diversidade sexual ainda são elitizadas, com pouco alcance concreto às demandas populares, consequentemente ainda afastadas das questões relacionadas aos movimentos que lutam pela terra e do próprio campesinato. Acreditamos que essa seja uma reprodução da própria lógica que negligencia a situação de classe das/os trabalhadoras/es, oprimindo-as/os em todos os âmbitos, inclusive em relação à sua identidade sexual. É importante, também, a necessidade de nos reconhecermos, enquanto movimento LGBT, como classe trabalhadora.

Religião

Entendemos que o tema da religião no Brasil tem sido pouco discutido, embora seja muito complexo e problemático, uma vez que a interferência de setores religiosos nas três esferas do poder tem prejudicado e impedido leis de combate à homofobia, bem como promovido a intolerância religiosa, o racismo e o machismo. Nesse sentido, defendemos a laicidade do Estado, entendo que um Estado laico deve promover políticas públicas à todas as pessoas independentemente de sua crença ou prática de fé. Ao mesmo tempo, devemos tratar das questões religiosas em uma perspectiva pautada na tolerância, no respeito e na diversidade cultural, considerando que o Brasil é um país plural, marcado por diferentes manifestações religiosas, bem como grupos e pessoas que não tem nenhuma crença. Desse modo, o ENUDS deve ser entendido como espaço de troca dessas experiências religiosas tanto a partir de experiências individuais como de trabalhos acadêmicos. Com isso, podemos possibilitar formas de compreender o outro na sua multiplicidade, incorporando suas diferentes formas de vivenciar seu corpo e sua espiritualidade pautada no respeito e na tolerância.

Homossexualidade masculina

Os grupos de diversidade sexual trocaram suas experiências no âmbito das dificuldades e conquistas em cada estado. Os grupos que relataram experiências foram: KLAUS (Brasília), Colcha de Retalhos (Goiânia), Diversas (Niterói), GUDDS (Belo Horizonte), NuDU (Campinas), e relatos de movimentos da UFPR, Faculdade de Direito da UFRJ e do CEFET-Araxá.
Foi discutido o caráter político das paradas LGBT e a necessidade delas. Não houve um consenso sobre o tema, devida a opiniões muito diversas.
Compreendemos que as práticas, políticas e as teorias queer e, ainda, as estratégias fundadas em categorias e identidades LGBT são proposições políticas que dialogam e não são excludentes por excelência. Tratam-se de formulações que podem ser acionadas mediante as necessidades e conjecturas no âmbito do ativismo e produção de saberes referentes a sexualidades, relações de gênero e temas correlatos.
Entendemos que o campo da homossexualidade masculina opera categorias de hierarquização e exclusão em relação às posicionalidades de gênero, raça, classe, território e deficiências, de forma interna (entre as várias possibilidades de vivermos e experimentarmos a homossexualidade masculina) e em relação às outras orientações sexuais e identidades de gênero.
Entendemos que a lei que criminaliza a homofobia é de essencial importância para a luta pela liberdade sexual. A aprovação dessa lei foi considerada pelo grupo como prioritária em relação a união civil de pessoas do mesmo sexo e a adoção de crianças.Além disso, ela seria facilitadora na conquista desses e outros direitos legais. No entanto, sabemos que ela não será a resolução do problema da homofobia, sendo necessárias outras formas de luta, bem como um grupo forte capaz de fiscalizar o cumprimento da lei.
O GDT sentiu falta de um espaço maior para a discussão entre os participantes do encontro e diálogo entre os grupos de diversidade organizados. Isso comprometeu a discussão sobre o tema “homossexualidades masculinas”. Foi colocado que isso demonstra prepotência e arrogância masculina em relação às outras formas de sexualidades.

Lesbianidade

Reconhecendo que a homofobia também tem uma origem na misoginia, o GDT Lesbianidades entende a extrema importância combatermos a reprodução de papéis heterossexista/machista no ENUDS, em seus espaços de eventos, metodologias e produção a partir de um compromisso explícito em abraçar e absorver, naqueles processos, dinâmicas e métodos, demandas como:
- Cuidado com uma ótica feminista, anti-racista, anti-capitalista e não-assimilada de militância LGBT;
- O cuidado com as formas horizontais de produção e compartilhamento de atividades para que a construção do evento não seja hierarquizada, verticalizada e centralizada em demasia, e para que seja plural e construída coletivamente;
- Que o compromisso com a sustentabilidade esteja garantido nas práticas e não se limite ao discurso, com atenção cuidadosa ao uso de descartáveis e práticas de servidão que repetem esquemas racistas e colonizadores de relações de serventia e terceirização das responsabilidades coletivas e individuais com o cuidado dispensado aos espaços ocupados (produção de lixo e consumo);
- O protagonismo de mulheres em todos os âmbitos da organização e incentivo à participação das mulheres;
- Uso de linguagem não-discriminatória, não-machista, não-racista, não-lesbofóbica / transfóbica / homofóbica / bifóbica nos documentos, comunicações escritas, materiais de divulgação e afins;
- A eleição de temas e discussões que se impliquem e comprometam com os temas acima citados;
- Necessidade de aumentar a participação das mulheres lésbicas e bissexuais no Encontro, inclusive nos espaços de coordenação e direção, incentivando nos coletivos e pela CN e CO a vinda destas mulheres;
- Necessidade de compreender e discutir como lesbofobia/transfobia/homofobia/bifobia estão relacionadas como o machismo, a misoginia e o sexismo, com a heteronormatividade e na nossa sociedade com o capitalismo, assim, não adianta achar que o mercado resolve a discriminação com a sua segmentação (direitos sociais não se restringem à poder aquisitivo);
- Necessidade de estimular o debate das demandas específicas na perspectiva de mudanças radicais da nossa sociedade que é racista, capitalista, patriarcal, heteronormativa;
- Garantia das demandas específicas das mulheres bissexuais a partir de espaços como gdt's, oficinas, dentre outros, incentivando também que as bissexuais se organizem, sem excluir espaços em que todas as mulheres possam debater em conjunto o feminismo, a misoginia;
Concluímos ressaltando a necessidade do debate das mulheres e organização das mesmas no ENUDS enquanto mulheres e enquanto lésbicas, bissexuais, transsexuais e travestis, já que este é um passo fundamental para a luta contra o machismo dentro e fora do movimento LGBT e na construção de um mundo onde as pessoas, independente de raça, orientação sexual e identidade de gênero possam ser livres.

GDT RUMOS E PERSPECTIVAS

01 - Propostas de temas:
a) Movimento LGBT: Repensando Práticas e Ressignificando Conceitos.
b) Que o próximo ENUDS paute sua auto-organização, enfatizando quais são suas bandeiras.
02 - Que as questões LGBT sejam transversalizadas por questões como: feminismo, raça, consumo, etc. e não fique presa apenas à questão da identidade sexual/de gênero;
03 - Que as indicações de tema se dêem enquanto diretrizes para o próximo encontro, nao sendo estritamente seguido na próxima edição;
04 - Que haja um maior avanço entre o debate sobre movimento social e academia , sendo viabilizada a troca de experiência, constituindo um espaço de construção de uma pauta política;
05 - Que sejam oportunizadas discussões sobre movimentos sociais (feminista, estudantil, etc);
06 - Que haja mais espaços de discussões sobre masculinidades;
07 - Que no próximo evento seja tratada a questão da homossexualidade e religião e que sejam convocados/as representantes de diversas religiões;
08 - Que no próximo ENUDS sejam estabelecidos debates sobre os/as intersex, articulando e viabilizando a participação de movimentos que já discutem sobre os/as intersex;
09 - Que o próximo ENUDS paute sua auto-organização, suas bandeiras e um conjunto de ações visando articular os coletivos universitários e as/os indivíduas/os em torno da pauta de promoção da diversidade sexual dentro e fora da universidade;
10 - Que haja uma maior discussão sobre a possibilidade da criação de uma Federação latino-americana para que seja algo debatido no próximo encontro;
11 - Que se discuta a criação dos coletivos regionais responsáveis pela estruturação e organização dos encontros regionais.
12 - Inserir a discussão sobre Intersexualidade em algum espaço do encontro
13 - Estimular o debate das demandas específicas na perspectiva de mudanças radicais da nossa sociedade que é racista, capitalista, patriarcal, heteronormativa;
14 - Propor a discussão sobre como lesbofobia/transfobia/homofobia/bifobia estão relacionadas com o machismo, a misoginia e o sexismo, com a heteronormatividade e com o capitalismo
15 - Que o próximo ENUDS possa ter um caráter mais propositivo de combate à homo/lesbo/transfobia e de combae ao machismo.
16 - O 8º ENUDS deve ter como foco fundamental o “desbunde”: é necessário valorizar os espaços lúdicos, as informalidades, como forma de expressão política.
17 - Uso de linguagem não-discriminatória, não-machista, não-racista, não-lesbofóbica/transfóbica/homofóbica/bifóbica nos documentos, comunicações escritas, materiais de divulgação e afins;
18 - Que no próximo ENUDS tenha como espaço inicial a explicação da metodologia do Encontro e sua construção ao longo do tempo, bem como o seu histórico.
19 - Que o ENUDS possa ser pensado (estruturado) enquanto uma rede de articulação política de grupos universitários;
20 - Que no próximo ENUDS, os/as relatores/as dos GDT's componham uma comissão para a construção de uma carta aberta à sociedade;
21 - Que nos GDT's sejam elencadas e discutidas propostas, em vez de, simplesmente, a construção de um texto;
22 - Que hajam plenárias de discussão de um tema e que os GD's sejam espaços para o que se foi discutido na mesa de discussão e que após os GD's, possamos retomar às/aos convidados/as que compõem a mesa (plenária-GD-plenária);
23 - Que os GDT's sejam espaços propícios à escrita e/ou divulgação de cartas de repúdio;
24 - Que no próximo ENUDS haja um espaço formal de organização e formação das mulheres e dos homens;
25 - Que os grupos de discussão identitários não sejam fechados, mas se mantenham abertos para a participação de qualquer pessoa.
26 - Que o encontro possa ser encaminhado por proposições concretas, em vez de texto.
27 - Que haja um maior espaço de tempo para a discussão nas rodas de conversa.
28 - Que a regionalidade seja estabelecida segundo critérios de proximidade e interlocução entre os grupos e não apenas pelo critério geo-político.
29 - Que o ENUDS produza a cada encontro uma carta final que apresente os debates que foram feitos no encontro enquanto manifesto de reivindicações e reflexões para o encontro e pra fora do mesmo, divulgando entre os coletivos, nas universidades, nos movimentos sociais, entre as entidades e organizações representativas do movimento LGBT.
30 - Que o ENUDS se torne uma rede ou algo similar a isso, para que as proposições de cada edição tenha maior possibilidade de serem implementadas.
31 - Que no próximo ENUDS as deliberações das Plenárias sejam efetivadas e que as não efetivadas sejam justificadas em carta aberta a ser entregue no momento do credenciamento.
32 - Que nenhuma atividade proposta ou aprovada vá contra os princípios gerais do ENUDS
33 - Que seja função da CN fazer o acompanhamento e fornecer relatórios periódicos acerca da construção do encontro, garantindo a execução dos pontos deliberados no encontro anterior e a aplicabilidade das deliberações.
34 - Discussão e criação de um novo modelo de coordenação nacional que deverá ser apresentado no próximo ENUDS.
35 - Que a CN seja composta por até 2 grupos por estado.
36 - Que a comisão nacional nao seja mais representada por duas pessoas de cada Estado e sim por grupos dos Estados, que a responsibilidade do evento nao seja por pessoas e sim de grupos
37 - Que os grupos possam fazer parte da rede de grupos de diversidade sexual, que será substituta da Comissão Nacional. Neste caso, pode cada grupo ter direito a voto quando for necessário.
38 - Aumentar a participação das mulheres lésbicas e bissexuais no Encontro, inclusive nos espaços de coordenação e direção, incentivando nos coletivos e pela CN e CO a vinda destas mulheres;
39 - Que a CN consiga, junto aos grupos em seu Estado, divulgar e bater a agenda com o movimento;
40 - Que o caráter do ENUDS seja debatido nas reuniões da CN ou do organismo equivalente.
41 - Que os membros da CN articulem-se em seus estados com as mídias para a divulgação do ENUDS e que se possa produzir uma grande divulgação, a nível nacional;
42 - Garantir um espaço de intercâmbio de material áudio-visual e impresso entre os participantes do ENUDS.
43 - Que haja maior espaço de exibição de produtos midiáticos durante o ENUDS.
44 - Criação de uma oficina de produção de produtos midiáticos durante o ENUDS.
45 - Que o compromisso com a sustentabilidade esteja garantido nas práticas e não se limite ao discurso, com atenção cuidadosa ao uso de descartáveis e práticas de servidão que repetem esquemas racistas e colonizadores de relações de serventia e terceirização das responsabilidades coletivas e individuais com o cuidado dispensado aos espaços ocupados (produção de lixo e consumo);
46 - Que haja nas próximas edições do ENUDS maior cuidado com as formas horizontais de produção e compartilhamento de atividades para que a construção do evento não seja hierarquizada, verticalizada e centralizada em demasia, e para que seja plural e construída coletivamente;
47 - Que exista um documento e/ou um mural relatando o que foi concretizado ou realizado nos ENUDS anteriores.
48 - Criação do espaço Núcleo de Vivência, com experiência junto a outros grupos de movimentos sociais (imersão na realidade desses grupos in loco)
49 - Que haja no espaço do ENUDS banheiros únicos.
50 - Reservar no quadro de programação um espaço livre para auto-organização de grupos.
51 - Que todas as atas e deliberações de todas as edições do ENUDS sejam divulgadas e sistematizadas.
52 - Que haja critérios de participação mínima obrigatória para o credenciamento de votantes na plenária final
53 - Que façamos Rodas de Diálogo Simultâneas, discutindo o mesmo tema e propiciando o espaço de fala a um maior número de pessoas.
54 - Que haja uma carta final do encontro além da Relatoria, como uma carta manifesto.
55 - Propor alguns espaço de discussão que não sejam pautados pela questão da identidade.
56 - Pensar em um formato de trocas de experiências com grupos que tenham vivências e práticas positivas.
57 - Mudar o foco do evento, pensando como devemos estruturar grupos que possam pautar ações práticas de intervenção. Trazer mini-cursos e oficinas de construção de grupos e de intervenções.
58 - Que sejam alterados os horários, atentando para o horário das festas e implicações disso nas outras atividades.
59 - Realização de apenas duas festas por edição.
60 - Início das atividades às 10h da manhã.
61 - Que as festas tenham horário para terminar, sugestão: 2h.
62 - Que, em vez de festas todos os dias, sejam construídos happy-hours, com menor tempo facilitando a participação de todos e minimizando a dispersão nas atividades nos outros dias;
63 - Criação de uma comissão de saúde para atender @s participantes que passarem mal.
64 - Não colocar atividades em seqüência sem intervalo entre elas.
65 - Reserva de horários diários para o encontro de delegações regionais e/ou outras formas de organização e reserva de horário ampliado para assembléias regionais o mais próximo possível da plenária final.
66 - Sugere-se a realização da mesa da roda de conversa e ampliação de troca e exposição, caso a CO deseje utilizar este dispositivo.
67 - Criação de dispositivos (à escolha da CO) para exposição e debate de práticas e políticas de coletivos universitários LGBT, bem como outros movimentos sociais, integrado ou não às sessões acadêmicas (apresentações de trabalho).
68 - Que o ENUDS seja um espaço também de potencialização e incentivo aos coletivos de diversidade sexual. Nesse sentido, é importante que tenhamos espaços de troca de experiências e debates entre os coletivos e sobre os coletivos.
69 - Que o ENUDS tenha articulações com os movimentos sociais tendo em suas programações mesas de debate com os movimentos (negros e negras, LGBT, mulheres, estudantil, sem terra, etc...)
70 - Que o ENUDS seja bianual e que nos anos de intervalo sejam organizados outros fóruns como, por exemplo: encontros dos coletivos de diversidade, encontros entre esses coletivos, grupos de pesquisa e grupos de militância, ou ainda, encontros temáticos.
71 - Que o ENUDS seja realizado em quatro dias.
72 - Que seja mantido o ENUDS em cinco dias;
73 - Que, no primeiro pré-ENUDS, de acordo com as condições estruturais da sede, é que se defina se há a possibilidade de que o encontro seja construído em mais de 4 dias;
74 - Que os GD's enquanto espaços de formação não demandem a construção de produtos tais como relatório e cartas;
75 - Que, no próximo ENUDS, existam menos oficinas e que, assim, os horários sejam mais otimizados, bem como sejam oportunizadas as atividades "extras";
76 - Que haja apenas um pré-ENUDS por ano e que este ocorra na sede do encontro; Nos últimos dois anos, foram gastos tempo, esforço e verba para organização dos 2º ENUDS e estes nao ocorreram que é algo que enfraquece e dificulta articulações para um outro momento, por exemplo;
77 - Que haja um espaço para relatos de experiências no próximo ENUDS de atividades para além de produções acadêmicas;
78 - Que os grupos sejam de discussão (GD's) e que estes tenham um maior espaço de realização no evento;
79 - Que seja facilitada a viabilização da participação de grupos de movimentos sociais;
80 - Que, nas mesas, haja menos tempo de discussão e mais espaço para debate;
81 - Que sejam estabelecidos critérios de análise para uma política de isenção de inscrição do encontro;
82 - Que haja, nas próximas edições do encontro, na programação cultural, um espaço destinado ao FUNKENUDS, inclusive tocando proibidão;
83 - Que o site atual (www.enuds.net) e o blog do ENUDS sejam mantidos e atualizados pela sede;
84 - Que as comissões organizadoras possam construir um relatório que contenha, inclusive, a prestação de contas financeira, após o encontro, e publicizá-lo na lista de discussão, em, no máximo 90 dias após o encontro;
85 - Que o jornal BAQUE VIRADO seja o boletim oficial de todos os próximos encontros.
86 - Que em todos ENUDS haja um ato público para interação com a comunidade universitária e externa.

MOÇÕES

87 - Moção de repúdio sobre a homofobia sofrida por uma participante do ENUDS no banheiro da UFMG;
88 - Que o ENUDS redija duas cartas abertas:
89 - Uma Contra a “resolução” que define a união civil apenas como entre duas pessoas de sexos diferentes.
90 - Uma moção de louvor à procuradora-geral da República, Deborah Duprat, que propôs o reconhecimento da união estável entre pessoas do mesmo sexo, junto ao STF.